Lançamentos Internacionais: Agosto

Mensalmente, compilamos uma lista com os lançamentos internacionais que mais nos chamaram a atenção, contemplando as mais diversas vertentes musicais relacionadas à música eletrônica. Além disso, reunimos algumas curiosidades e histórias por trás da criação dos albuns. Agosto não seria diferente: conheça e escute nossa seleção.

Downwelling – Not Waving, Dark Mark

Após as espetaculares gravações recentes de Not Waving com Jim O'Rourke, Colin Potter e Jay Glass Dubs, 'Downwelling' o encontra em um impressionante Pas de deux com o Deus do rock alternativo Mark Lanegan (Screaming Trees, QOTSA). É um daqueles raros vínculos que realmente transcendem a soma de suas partes, com a gama de nuances eletrônicos de Not Waving atuando como pano de fundo para a narrativa esfumaçante em barítono de Lanegan. Entregado em uma voz rouca, mas flexível, que define o cenário do rock alternativo americano desde o início dos anos 90, Lanegan habita as músicas com uma presença reservada que o serviu por décadas, mas que nunca foi ouvida nesse contexto.

Combinando músicas gravadas por Natalizia (Not Waving) entre Londres, Itália e Paris nos últimos cinco anos, com vocais gravados por Lanegan em Los Angeles, o dueto chega a um lugar sonhador que não é definido por geografia ou tempo. Ao invés disso, o álbum oferece uma visão atemporal do comportamento humano, como refletido nos detalhes da arte das 'Lights of Canopus', uma versão persa do antigo livro indiano de fábulas, o 'Panchatantra'. Graças ao tom classicamente empoeirado de Lanegan e à amplitude da produção de Not Waving, os resultados atraem os ouvintes para design discretamente esperançoso,que enfatiza o poder da proximidade e da empatia.

Suas músicas surgem como ondas batendo em uma praia que está sempre mudando, ao mesmo tempo em que permanece sempre a mesma. Esse ciclo é sintetizado na abertura, 'Signifying The End', com o tom áspero de Lanegan, recebido por doces sintetizadores, antes de escalar as alturas noturnas de 'City Of Sin' e canalizar friamente o suicídio em 'Burn Out Babylon'. As águas se acalmam novamente para 'Persimmon Tree' adequadamente ajustada para arcos parecidos com harpas, enquanto o canto mortal e o pulsar iminente de 'Murder In Fugue' descansam na serena resolução de 'The Broken Man' de uma maneira totalmente modernista, mas que dialoga com eras de emoção humana. *